Na última década fomos capazes de perceber o aumento do número de crianças e adolescentes praticantes de musculação, e o motivo provável para essa situação talvez seja a conscientização dos pais, a busca pelo lazer e a influência estética que permeia a prática, pois nessa fase da vida os indivíduos sofrem grande influência da mídia e padrões sociais pré-estabelecidos, onde é preconizado o corpo forte ao invés do corpo saudável.
É comum ver adolescentes obcecados por corpos musculosos e bonitos, onde os mesmos não medem esforços e nem avaliam as conseqüências para alguns atos, como o uso de anabolizantes e suplementos alimentares não recomendados por médicos e nutricionistas e não regulamentados pela ANVISA.
Muitos dos benefícios do treinamento de força na fase infanto-juvenil ainda são desconhecidos pela população leiga (principalmente os pais), e muitos dogmas ainda são sustentados por profissionais desatualizados que afirmam que a musculação interrompe o crescimento, tem caráter lesivo, faz mal a saúde nessa faixa etária, entre outros.
Segundo o posicionamento da National Strength and Conditioning Association, da American Orthopedic Society for Sports Medicine, e da American Academy of Pediatrics, os principais benefícios do treinamento de força em pré-puberes e adolescentes são:
- Aumento da força muscular, potência e resistência muscular localizada (a capacidade de um músculo ou músculos de realizar múltiplas repetições contra uma dada resistência).
- Diminuição de lesões nos esportes e nas atividades recreativas.
- Melhora do desempenho nos esportes e nas atividades recreativas.
No entanto os benefícios não cessam por aí. Hoje sabemos que crianças e adolescentes que praticam exercícios têm uma chance significativamente maior de tornarem-se adultos também ativos. Além da melhora no desempenho e da diminuição de lesões em esportes coletivos, a musculação pode auxiliar o desenvolvimento ósseo saudável da criança, aumentar o gasto calórico diário, melhorar modestamente a capacidade cardiovascular, o desempenho nas atividades cognitivas e diminuir o risco de doenças.
Os ganhos com a prática da musculação são muitos, porém o treinamento de força não deve enfatizar o levantamento de cargas máximas e sim salientar a perfeita realização técnica do movimento e a progressão pedagógica específica. Portanto, essa população pode praticar musculação, mas sempre com orientação de um profissional habilitado para priorizar seus benefícios.
Referências
Fundamentos do treinamento de força muscular / Steven J. Fleck, William J. Kraemer; tradução Jerri Luiz Ribeiro. – 3. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2006.
Bass, S.L. 2000. The prepubertal years a uniquely opportune stage of growth when the skeleton is most responsive to exercise? Sports Medicine 30: 73-70.
Ramsey, J.A., Blimkie, C.J.R, Smith, K., Garner, S., MacDougall, J.D., and Sale, D.G. 1990. Strength training effects in pubescent boys. Medicine and Science in Sports and Exercise 22: 605-614.
Kraemer, W.J., and Fleck, S.J. 1993. Strength training for young athletes. Champaign, IL: Human Kinetics.
terça-feira, 21 de abril de 2009
terça-feira, 14 de abril de 2009
Entre bike ou esteira, escolha a que traz mais resultado
Depois de entrar na academia, a dúvida concentra-se na escolha entre tantas opções de exercícios. Nos dias em que não há tempo para as aulas e o jeito é suar nos aparelhos, a bike e a esteira surgem como as principais opções. Nas duas, você ganha condicionamento e perde as calorias que sobram. "Mas temos um trabalho mais focado na bicicleta, que exige bastante das pernas enquanto os braços permanecem em repouso", afirma o professor Ricardo Azuma, da academia Competition. As diferenças, no entanto, vão bem além disso e, para conhecê-las, acompanhe o raio-X que o professor da Competition faz dos aparelhos.
1. Intensidade do treino
Quem ganha: esteira
Na esteira, o trabalho é mais completo por usar braços e pernas nos movimentos. Mesmo que o ritmo de treino seja mais suave, a esteira sempre vai exigir mais dos alunos do que a bicicleta, que oferece mais estabilidade.
2. Queima de calorias
Quem ganha: empate
Tanto a esteira quanto a bicicleta desenvolvem todo o sistema cardiovascular, melhorando o condicionamento físico, ajudando a queima calórica, diminuindo o percentual de gordura e agilizando a perda de peso.
3. Impacto nas articulações
Quem ganha: bike
O joelho e o tornozelo sofrem menos com os impactos nos movimentos da bike. Na esteira, mesmo caminhando, você pode sentir dores e não agüentar um trino mais puxado. Quem está bastante acima do peso deve priorizar a bicicleta no início.
4. Facilidade
Quem ganha: esteira
A esteira substitui qualquer aula aeróbica, com a vantagem de ser uma atividade que não requer muita coordenação motora, já que o movimento exigido é comum ao dia-a-dia.
5. Dedicação
Quem ganha: empate
Para obter resultados, tanto na esteira quanto na bicicleta, o indicado é treinar três vezes por semana em dias alternados. Comece com programas de meia hora de duração, numa intensidade acima de 65% da sua freqüência cardíaca (para saber qual é a sua, faça a subtração: 220- sua idade (em anos).
6. Desafios
Quem ganha: esteira
A variedade da esteira é mais estimulante do que bicicleta. Você pode simular corridas e caminhadas, variando a velocidade e a inclinação do aparelho. As variações também podem ser feitas na bicicleta , mas, como a velocidade depende das suas pedaladas, o aumento de ritmo costuma ser mais eficiente com alunos de melhor preparo físico. "Eles aumentam a carga, tendo com meta percorrer a mesma quilometragem anterior no mesmo tempo", afirma o professor da Competition. "Mas é importante prestar atenção no seu corpo, sempre respeitando a percepção de esforço".
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