Andar de bicicleta pode interferir na sensibilidade da região genital feminina
Os ciclistas estão cansados de ouvir que pedalar em excesso pode causar impotência sexual. Agora, porém, especialistas começam a questionar se as mulheres também podem apresentar qualquer perda de sensibilidade sexual relacionada ao ciclismo.
Recente pesquisa elaborada por especialistas de Nova York e de Ohio, publicada no The Journal of Sexual Medicine, avaliou a sensibilidade da genitália de mulheres ciclistas com o uso de um equipamento exclusivo de vibração, além de verificar o grau de satisfação sexual destas por meio de questionários.
A pesquisa apontou que a posição das atletas no selim da bicicleta como o principal motivo das alterações nervosas na região genital das mulheres. Só que essa tese não é aceita pela maioria dos profissionais da área médica. O professor de ginecologia endócrina e climatério da Escola Paulista de Medicina, Mauro Abi Haidar, por exemplo, não concorda com os resultados da pesquisa norte-americana. Na realidade, a sensibilidade em cada parte da genitália varia muito entre as mulheres. Talvez, se a atleta sofresse alguma lesão em determinado local, poderia perder a sensibilidade , acredita Mauro.
A líder do ranking nacional de mountain bike, que treina todos os dias da semana por várias horas seguidas, assegurou que o ciclismo é um fator estimulante e não inibidor do sexo. Não atrapalha. O esporte faz com que a atleta libere endorfina no corpo, o que dá uma sensação de prazer. É um estimulante sexual , disse.
Prova disso é que nenhuma das ciclistas que respondeu o questionário da pesquisa do The Journal of Sexual Medicine reclamou de alguma disfunção ou alegou insatisfação sexual.
Ciclismo e impotência sexual
Em 1997, uma pesquisa realizada em um clube de ciclismo de Boston, nos Estados Unidos, demonstrou que 4% dos homens tinham impotência sexual por praticar ciclismo. A explicação desse problema seria a longa permanência no selim da bicicleta, o que causa forte pressão sobre o períneo região do corpo situada entre o ânus e o osso púbico e danifica permanentemente a circulação sanguínea no pênis.
Coordenador da pesquisa, o professor de urologia e de ginecologia na Escola de Medicina da Universidade de Boston, Irwin Goldstein, ressaltou, no entanto, que apesar dos potenciais riscos, o ciclismo oferece imensos benefícios à saúde. Aproximadamente 131 milhões de norte-americanos pedalam porque é um esporte acessível, simples de aprender e que pode ser praticado indoor ou outdoor. Exercícios físicos regulares desenvolvem a saúde cardiovascular do indivíduo e reduzem a pressão sanguínea , afirmou Irwin.
A maioria dos homens pode tirar proveito da pedalada moderada sem se preocupar com problemas de impotência. Mas, antes de começar a praticar ciclismo, é importante ter uma bicicleta apropriada e, sobretudo, um selim confortável , finalizou Goldstein.
quinta-feira, 23 de julho de 2009
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