A Notícia - SC (edição impressa) - Saúde - 28/07/2008
Estudo da OMS estima que se fatores de risco do AVC forem controlados, haverá redução de 80% nos casos da doença
O Brasil vive hoje uma epidemia de doenças cardiovasculares. No ranking das mortes em solo nacional, o principal culpado é o acidente vascular cerebral (AVC). Em 2005, foram 90 mil vítimas. Em segundo, são as doenças isquêmicas do coração, como o infarto, com quase 85 mil mortes. Mas o problema, apesar dos números alarmantes, passa despercebido por muita gente.
É como se um vírus desconhecido brotasse de repente pegando milhares de pessoas despreparadas. Na verdade, o problema é bem conhecido e tem prevenção. Só que os brasileiros insistem em deixar os cuidados com o coração em segundo plano.
A cultura de dar pouca importância à saúde do coração e do cérebro tem ligação direta com o modo de vida das pessoas. De acordo com o neurologista Maurício Friedrich, em todo o mundo 5,5 milhões de pessoas morrem todos os anos vítimas de AVC. Quase 90% desse montante ficam em países do terceiro mundo. ´Isso mostra que o acesso a um sistema de saúde público eficiente e informações sobre a doença são eficazes´, defende o neurologista.
Friedrich cita o projeto Euroaction, com o qual colabora, que mostra que há um grande descompasso entre o conhecimento dos médicos sobre a prevenção do AVC e a implementação de práticas para evitar a epidemia. Essas ações deveriam vir de políticas públicas, mas também podem ser aplicadas por médicos e pacientes. Basta controlar os fatores de risco, que mesmo invisíveis para muita gente são as principais causas de mortes por AVC. É o caso da hipertensão, obesidade, diabetes, sedentarismo e fumo. ´Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, se forem controlados esses fatores, os casos de AVC vão reduzir em 80%´, salienta.
Esses fatores surgem aos poucos e apresentam raros sintomas. O sedentarismo e o fumo trazem prejuízos a longo prazo. Isso desestimula as pessoas a se tratarem, aumentando o risco de terem doenças cardiovasculares. ´Metade dos AVCs e dos infartos do miocárdio resulta em morte. Muitos dos que sobrevivem ficam com seqüelas sérias´, lembra o cardiologista Aloyzio Achutti.
Achutti concorda com Friedrich sobre a necessidade de disseminar informações. Para ele, quanto mais as pessoas conhecerem os sintomas, conseqüências e prevenção, mais terão vontade de cuidar do coração. ´Cerca de 50% das mortes causadas por doenças cardiovasculares são resultado direto da pobreza. Entre os motivos, está a falta de informação. A cultura de só se preocupar com a dor imediata´, acredita.
Para evitar que o coração fique doente, a orientação dos médicos é a velha e conhecida fórmula: alimentação saudável, rica em verduras e legumes, evitar gordura, atividade física e visitas regulares aos médicos.
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Atividades físicas ajudam a prevenir câncer e hiperplasia na próstata
Boa Saude - Noticias/ Online - Saúde - 02/07/2008
A prática de atividades físicas, mesmo quando se está no trabalho, pode ajudar na prevenção ao câncer de próstata e da hiperplasia benigna da próstata (aumento do tamanho da glândula), segundo estudo publicado na edição de agosto do "European Journal of Cancer Prevention". Os resultados da pesquisa grega indicaram que os níveis de atividades físicas no trabalho estão associados ao risco de desenvolver câncer e hiperplasia da próstata.
Usando dados de dois estudos realizados em Atenas entre os anos de 1994 e 1997, especialistas avaliaram essa relação em 320 pacientes com câncer de próstata, 184 com hiperplasia benigna tratada por cirurgia e 246 pessoas hospitalizadas com problemas menores. As ocupações dos participantes antes da aposentadoria também foram analisadas, sendo divididas em grupos de acordo com o nível de atividade física.
E os resultados indicaram uma significativa relação inversa entre a atividade física laboral e as duas manifestações. Os participantes que tinham ocupações com maior nível de atividade física tinham 69% menos propensão a ter o câncer e 59% menos chances de desenvolver a condição benigna da próstata, comparados com aqueles com trabalhos "menos fisicamente ativos".
De acordo com os autores, a proteção foi ainda maior nos homens com menos de 65 anos de idade. Isso porque principalmente a hiperplasia benigna da próstata, que num primeiro momento não tem conseqüências graves para a saúde, está intimamente relacionada ao envelhecimento.
Em artigo publicado na revista especializada, os especialistas defendem que a prática de exercícios seja encorajada para prevenção do câncer de próstata e da hiperplasia benigna. "Por causa da alta freqüência de ocorrência das condições examinadas na população masculina, e nosso conhecimento limitado sobre outros fatores de risco modificáveis, medidas preventivas podem ter foco no aumento da atividade física", concluíram os autores.
Consulta: European Journal of Cancer Prevention. Agosto de 2008.
A prática de atividades físicas, mesmo quando se está no trabalho, pode ajudar na prevenção ao câncer de próstata e da hiperplasia benigna da próstata (aumento do tamanho da glândula), segundo estudo publicado na edição de agosto do "European Journal of Cancer Prevention". Os resultados da pesquisa grega indicaram que os níveis de atividades físicas no trabalho estão associados ao risco de desenvolver câncer e hiperplasia da próstata.
Usando dados de dois estudos realizados em Atenas entre os anos de 1994 e 1997, especialistas avaliaram essa relação em 320 pacientes com câncer de próstata, 184 com hiperplasia benigna tratada por cirurgia e 246 pessoas hospitalizadas com problemas menores. As ocupações dos participantes antes da aposentadoria também foram analisadas, sendo divididas em grupos de acordo com o nível de atividade física.
E os resultados indicaram uma significativa relação inversa entre a atividade física laboral e as duas manifestações. Os participantes que tinham ocupações com maior nível de atividade física tinham 69% menos propensão a ter o câncer e 59% menos chances de desenvolver a condição benigna da próstata, comparados com aqueles com trabalhos "menos fisicamente ativos".
De acordo com os autores, a proteção foi ainda maior nos homens com menos de 65 anos de idade. Isso porque principalmente a hiperplasia benigna da próstata, que num primeiro momento não tem conseqüências graves para a saúde, está intimamente relacionada ao envelhecimento.
Em artigo publicado na revista especializada, os especialistas defendem que a prática de exercícios seja encorajada para prevenção do câncer de próstata e da hiperplasia benigna. "Por causa da alta freqüência de ocorrência das condições examinadas na população masculina, e nosso conhecimento limitado sobre outros fatores de risco modificáveis, medidas preventivas podem ter foco no aumento da atividade física", concluíram os autores.
Consulta: European Journal of Cancer Prevention. Agosto de 2008.
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Água em excesso faz mal
Revista O2 - Medicina do esporte / online - Fisiologia - 28/05/2007
Cuidados redobrados com a hidratação no dia da prova, beber um gole de água a cada 20 minutos, não ignorar nenhum posto durante a corrida. Essas são algumas das recomendações que os corredores estão cansados de ouvir. Mas será que água em excesso também não faz mal?
O artigo publicado no The New England Journal of Medicine afirma que cerca de 13% dos atletas que correram a Maratona de Boston em 2002 podem ter apresentado hiponatremia por causa da hiperidratação. No ano seguinte, foram registrados quatro casos, enquanto em Houston o número de corredores com o problema foi 21.
A hiponatremia nada mais é que a diminuição de sódio no organismo. Quando a pessoa transpira, além de água, perde também uma quantidade de sódio que, se não for reposto adequadamente, pode causar enjôo, perda de consciência, confusão mental e edemas. Se o atleta se hiperidrata, o sódio do corpo se dilui e a concentração de água e sódio fica desequilibrada. "A hiponatremia atinge o sistema nervoso central e o atleta pode apresentar convulsões, ficar em coma e até chegar à morte", explica Hélio Ventura, médico especializado em Medicina Esportiva pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
O dr. Ventura conta que as recomendações eram outras há 30 anos. Dizia-se que quando o atleta sentia sede durante uma prova era porque o seu corpo estava desidratado. Hoje, a preocupação com o excesso de água é tão grande quanto com a falta dela. "A hiponatremia é potencialmente mais perigosa que a hipernatremia", acredita André Pedrinelli, médico especialista em Ortopedia, Traumatologia e Medicina do Esporte da Faculdade de Medicina da USP.
Para André Pedrinelli, o maior erro cometido pelos atletas é o exagero. Portanto, deve-se equilibrar a ingestão de sódio com a de água e dar preferência para os isotônicos, que já têm a concentração balanceada entre esses dois componentes. Outro equívoco que acontece muito é o corredor exagerar na cafeína e nas massas antes da prova. "É preciso ficar atento com a quantidade de sal ingerida durante o jantar de massas antes da corrida. É comum o atleta comer alimentos com pouco sal, e isso deve ser evitado", alerta Ventura.
Como saber a quantidade certa?
É possível saber qual a quantidade correta de líquido que o corredor deve ingerir em determinado tempo de esforço. O ideal é fazer uma avaliação detalhada com acompanhamento médico, mas dá para saber aproximadamente o que o corpo gasta e não exagerar nos líquidos.
O conselho do dr. Ventura é que o atleta se pese antes e depois de um treino para saber quanto foi a perda de água, não esquecendo de subtrair a quantidade de líquido que ele ingeriu durante esse treino. Com esse peso em mãos, dá para saber aproximadamente quanto o seu corpo gastou e evitar um exagero na hora de se hidratar para uma prova. Vale lembrar que esse teste não substitui a avaliação física, que é mais aconselhada.
Outra forma de prevenir a hiponatremia é dosar a água e os alimentos que contenham sódio. Se o atleta não gostar de isotônicos, por exemplo, é importante ingerir alimentos que tenham teor razoável de sal para não desequilibrar o organismo.
Por Odara Gallo
Cuidados redobrados com a hidratação no dia da prova, beber um gole de água a cada 20 minutos, não ignorar nenhum posto durante a corrida. Essas são algumas das recomendações que os corredores estão cansados de ouvir. Mas será que água em excesso também não faz mal?
O artigo publicado no The New England Journal of Medicine afirma que cerca de 13% dos atletas que correram a Maratona de Boston em 2002 podem ter apresentado hiponatremia por causa da hiperidratação. No ano seguinte, foram registrados quatro casos, enquanto em Houston o número de corredores com o problema foi 21.
A hiponatremia nada mais é que a diminuição de sódio no organismo. Quando a pessoa transpira, além de água, perde também uma quantidade de sódio que, se não for reposto adequadamente, pode causar enjôo, perda de consciência, confusão mental e edemas. Se o atleta se hiperidrata, o sódio do corpo se dilui e a concentração de água e sódio fica desequilibrada. "A hiponatremia atinge o sistema nervoso central e o atleta pode apresentar convulsões, ficar em coma e até chegar à morte", explica Hélio Ventura, médico especializado em Medicina Esportiva pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
O dr. Ventura conta que as recomendações eram outras há 30 anos. Dizia-se que quando o atleta sentia sede durante uma prova era porque o seu corpo estava desidratado. Hoje, a preocupação com o excesso de água é tão grande quanto com a falta dela. "A hiponatremia é potencialmente mais perigosa que a hipernatremia", acredita André Pedrinelli, médico especialista em Ortopedia, Traumatologia e Medicina do Esporte da Faculdade de Medicina da USP.
Para André Pedrinelli, o maior erro cometido pelos atletas é o exagero. Portanto, deve-se equilibrar a ingestão de sódio com a de água e dar preferência para os isotônicos, que já têm a concentração balanceada entre esses dois componentes. Outro equívoco que acontece muito é o corredor exagerar na cafeína e nas massas antes da prova. "É preciso ficar atento com a quantidade de sal ingerida durante o jantar de massas antes da corrida. É comum o atleta comer alimentos com pouco sal, e isso deve ser evitado", alerta Ventura.
Como saber a quantidade certa?
É possível saber qual a quantidade correta de líquido que o corredor deve ingerir em determinado tempo de esforço. O ideal é fazer uma avaliação detalhada com acompanhamento médico, mas dá para saber aproximadamente o que o corpo gasta e não exagerar nos líquidos.
O conselho do dr. Ventura é que o atleta se pese antes e depois de um treino para saber quanto foi a perda de água, não esquecendo de subtrair a quantidade de líquido que ele ingeriu durante esse treino. Com esse peso em mãos, dá para saber aproximadamente quanto o seu corpo gastou e evitar um exagero na hora de se hidratar para uma prova. Vale lembrar que esse teste não substitui a avaliação física, que é mais aconselhada.
Outra forma de prevenir a hiponatremia é dosar a água e os alimentos que contenham sódio. Se o atleta não gostar de isotônicos, por exemplo, é importante ingerir alimentos que tenham teor razoável de sal para não desequilibrar o organismo.
Por Odara Gallo
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Musculação para o Idoso
Musculação significa estritamente aumento de massa muscular. Como este objetivo é mais facilmente obtido por meio dos exercícios resistidos, o termo costuma ser utilizado para designar o próprio treinamento com pesos. Neste sentido, a musculação pode ter muitas aplicações: preparação de atletas e esportistas em geral (que invariavelmente necessitam de massa muscular), modelagem do corpo tanto do homem quanto da mulher, reabilitação, e desenvolvimento de aptidão física. Aumento da massa muscular é a adaptação morfológica mais evidente induzida pelos exercícios com pesos. Força é a adaptação funcional que sempre acompanha os níveis de massa muscular. Para entendermos melhor a importância da força muscular na vida diária das pessoas, o idoso é o modelo ideal. Freqüentemente o idoso é um sedentário de longa data, que perdeu aptidão física geral, atentadamente massa muscular e força. Sabe-se que flexibilidade e força diminuídas são as maiores limitações para as atividades da vida diária. Agachar e levantar subir e descer escadas, levantar objetos muitas vezes pesados, banhar-se e vestir-se são exemplos de atividades do cotidiano muito prejudicadas do ponto de vista biomecânico pela diminuição da força e da flexibilidade. Evitar quedas nas situações de desequilíbrios do corpo é outra função importante da força e da flexibilidade, aspecto fundamental para a integridade física dos idosos .Estudos demonstraram que idosos aptos para a vida diária mas com baixos níveis de força muscular, evoluem rapidamente para a inaptidão, com alto índice de quedas e suas conseqüências muitas vezes fatais.O treinamento com pesos é a maneira mais eficiente para aumentar a força muscular e a densidade óssea. A flexibilidade aumenta dentro dos limites de amplitude que eventuais processos degenerativos possam permitir . Diante dos atuais conhecimentos, defendemos o ponto de vista de que o treinamento com pesos deve ser considerado a forma ideal e padrão de preparação física para todas as pessoas. Pelas suas qualidades, atende com segurança e eficiência às necessidades de condicionamento físico mesmo das pessoas mais debilitadas. Na medida em que a condição física geral for melhorando, serão atingidos níveis de aptidão compatíveis com diferentes atividades, dentre elas as diversas modalidades esportivas, com suas abordagens específicas de treinamento.
Açúcar pode ser benéfico para quem faz atividade física
Folha de Londrina - Nutrição - 14/07/2008
Na opinião de Celso Cukier, nutrólogo da unidade Morumbi do Hospital São Luiz, em pequenas quantidades e em pessoas sem restrições alimentares, o açúcar pode ser até benéfico, especialmente no caso daqueles que fazem atividades físicas. Isso porque, uma vez metabolizado pelo organismo, ganha-se massa muscular. Uma colherzinha de açúcar no café não vai fazer mal.
Muitas pessoas não usam açúcar refinado, tampouco adoçante, optando pelo açúcar mascavo ou mel, considerados mais saudáveis. Porém, os nutricionistas alertam que não são alternativas para o controle de peso, porque têm as mesmas calorias do açúcar comum. Esses alimentos possuem, sim, melhor benefício nutricional (vitaminas e minerais), porque não passam pelo processo da refinação do açúcar comum.
Uma dúvida comum é sobre o uso de adoçantes por crianças e grávidas. No caso dos pequenos, na opinião da nutricionista Marlene Merino, vai depender da dieta recomendada caso a caso. Sem dúvida, o incentivo para uma alimentação saudável, associada à prática de atividade física regular, surte mais efeito no controle de peso do que somente o uso do edulcorante em substituição ao açúcar. Quanto ao segundo caso, informa que o FDA (Food Drug Administration), órgão internacional controlador de remédios e alimentos, liberou o uso de alguns adoçantes durante a gravidez, inclusive nos três primeiros meses. Para grávidas com diabetes, recomendo o uso da sucralose, que é um edulcorante derivado da sacarose.(V.F./A.E.).
Na opinião de Celso Cukier, nutrólogo da unidade Morumbi do Hospital São Luiz, em pequenas quantidades e em pessoas sem restrições alimentares, o açúcar pode ser até benéfico, especialmente no caso daqueles que fazem atividades físicas. Isso porque, uma vez metabolizado pelo organismo, ganha-se massa muscular. Uma colherzinha de açúcar no café não vai fazer mal.
Muitas pessoas não usam açúcar refinado, tampouco adoçante, optando pelo açúcar mascavo ou mel, considerados mais saudáveis. Porém, os nutricionistas alertam que não são alternativas para o controle de peso, porque têm as mesmas calorias do açúcar comum. Esses alimentos possuem, sim, melhor benefício nutricional (vitaminas e minerais), porque não passam pelo processo da refinação do açúcar comum.
Uma dúvida comum é sobre o uso de adoçantes por crianças e grávidas. No caso dos pequenos, na opinião da nutricionista Marlene Merino, vai depender da dieta recomendada caso a caso. Sem dúvida, o incentivo para uma alimentação saudável, associada à prática de atividade física regular, surte mais efeito no controle de peso do que somente o uso do edulcorante em substituição ao açúcar. Quanto ao segundo caso, informa que o FDA (Food Drug Administration), órgão internacional controlador de remédios e alimentos, liberou o uso de alguns adoçantes durante a gravidez, inclusive nos três primeiros meses. Para grávidas com diabetes, recomendo o uso da sucralose, que é um edulcorante derivado da sacarose.(V.F./A.E.).
Academia para viagem
Academia para viagem Folha de São Paulo - Equilibrio/ Online - Fitness - 03/01/2008
Relaxar, sempre, perder a forma, jamais para manter o visual, a sugestão é um programa de férias que cabe na bagagem
Monique Conto, 27, que não deixa de malhar nem quando viaja de férias
IARA BIDERMAN COLABORAÇÃO PARA FOLHA
Passada a intensa atividade do fim do ano, quem saiu de férias só pensa em ficar de pernas e papo para o ar. Justo. Alguns dias sem fazer nada podem ser necessários para recarregar baterias antes de voltar à rotina de sempre -incluindo, além do trabalho, os compromissos com a própria saúde, como freqüentar a academia. E mesmo aqueles músculos mais firmes, obtidos com muito esforço após meses de treino, parecem precisar de um descanso.
Rigorosamente, o tempo de repouso necessário para recuperar as estruturas musculares é de 24h a 72h. "Para quem não tem compromisso com performance, mas quer manter a forma, não há necessidade de mais de um dia de descanso", afirma Paulo Akiau, presidente da Body Systems Latin America. Se a pessoa quiser passar o feriadão sem se mexer, tudo bem, mas Akiau acha que mais do que dez dias de inatividade não valem a pena. "A pior fase do exercício é a inicial. Quando voltar à atividade, a pessoa terá um recomeço mais difícil. E ficar parado 15 dias é o suficiente para perder uma parte do condicionamento adquirido", diz.
Para manter a forma alcançada com muito suor durante o ano, Akiau recomenda adotar um programa básico de exercícios nas férias. Segundo ele, as atividades devem durar pelo menos 30 minutos e, alternando os tipos de treino (aeróbico e de força), podem ser feitas todos os dias. Sessões de alongamento devem acompanhar cada treino.
Como não dá para levar toda a estrutura da academia na mala, Luiz Fabrizio Araújo, especia-lista em biomecânica e professor de educação física da academia Triathon, de São Paulo, su-gere usar a criatividade: pacotes de mantimentos de 1 kg a 5 kg e garrafas PET com capacidade de 1,5 l a 3 l substituem pesos. Os mais prevenidos podem comprar "rubber bands", elásticos especiais para exercícios de resistência que cabem em qualquer cantinho da mala e são levíssimos.
Araújo recomenda que os exercícios com pesos adaptados ou com os elásticos sejam feitos por quem já tem alguma prática. Para iniciantes, alternar caminhadas com corridas leves é mais seguro. Isso não vai deixar os tríceps durinhos nem a barriga chapada, mas garante o mínimo.
Claro que o significado depadrão mínimo depende das expectativas individuais. Para a profissional de marketing Monique Conto, 27, corridinhas na areia não são o suficiente. Acostumada a freqüentar diariamente a academia, nem sonha em abandonar os treinos durante as férias. O mínimo, para ela, são quatro séries de 20 repetições de exercícios abdominais. "Isso é de praxe. Também costumo levar pesos de areia na bagagem. Mas quem quer se exercitar de verdade treina com qualquer coisa", diz.
Juliano de Andrade Duarte, coordenador de musculação da unidade Morumbi da Fórmula Academia, de São Paulo, sugere aos viajantes o uso de equipamentos públicos, que costumam estar disponíveis em parques e praias. "Por exemplo, as barras paralelas e as pranchas abdominais, que ficam no calçadão da praia em várias cidades de veraneio, são ótimas opções." A ausência desses equipamentos (ou da vontade de usá-los) não é desculpa para deixar de treinar. Além das atividades ao ar livre típicas do verão, é possível manter um treino neuromuscular em qualquer lugar -até em um quarto de hotel.
Relaxar, sempre, perder a forma, jamais para manter o visual, a sugestão é um programa de férias que cabe na bagagem
Monique Conto, 27, que não deixa de malhar nem quando viaja de férias
IARA BIDERMAN COLABORAÇÃO PARA FOLHA
Passada a intensa atividade do fim do ano, quem saiu de férias só pensa em ficar de pernas e papo para o ar. Justo. Alguns dias sem fazer nada podem ser necessários para recarregar baterias antes de voltar à rotina de sempre -incluindo, além do trabalho, os compromissos com a própria saúde, como freqüentar a academia. E mesmo aqueles músculos mais firmes, obtidos com muito esforço após meses de treino, parecem precisar de um descanso.
Rigorosamente, o tempo de repouso necessário para recuperar as estruturas musculares é de 24h a 72h. "Para quem não tem compromisso com performance, mas quer manter a forma, não há necessidade de mais de um dia de descanso", afirma Paulo Akiau, presidente da Body Systems Latin America. Se a pessoa quiser passar o feriadão sem se mexer, tudo bem, mas Akiau acha que mais do que dez dias de inatividade não valem a pena. "A pior fase do exercício é a inicial. Quando voltar à atividade, a pessoa terá um recomeço mais difícil. E ficar parado 15 dias é o suficiente para perder uma parte do condicionamento adquirido", diz.
Para manter a forma alcançada com muito suor durante o ano, Akiau recomenda adotar um programa básico de exercícios nas férias. Segundo ele, as atividades devem durar pelo menos 30 minutos e, alternando os tipos de treino (aeróbico e de força), podem ser feitas todos os dias. Sessões de alongamento devem acompanhar cada treino.
Como não dá para levar toda a estrutura da academia na mala, Luiz Fabrizio Araújo, especia-lista em biomecânica e professor de educação física da academia Triathon, de São Paulo, su-gere usar a criatividade: pacotes de mantimentos de 1 kg a 5 kg e garrafas PET com capacidade de 1,5 l a 3 l substituem pesos. Os mais prevenidos podem comprar "rubber bands", elásticos especiais para exercícios de resistência que cabem em qualquer cantinho da mala e são levíssimos.
Araújo recomenda que os exercícios com pesos adaptados ou com os elásticos sejam feitos por quem já tem alguma prática. Para iniciantes, alternar caminhadas com corridas leves é mais seguro. Isso não vai deixar os tríceps durinhos nem a barriga chapada, mas garante o mínimo.
Claro que o significado depadrão mínimo depende das expectativas individuais. Para a profissional de marketing Monique Conto, 27, corridinhas na areia não são o suficiente. Acostumada a freqüentar diariamente a academia, nem sonha em abandonar os treinos durante as férias. O mínimo, para ela, são quatro séries de 20 repetições de exercícios abdominais. "Isso é de praxe. Também costumo levar pesos de areia na bagagem. Mas quem quer se exercitar de verdade treina com qualquer coisa", diz.
Juliano de Andrade Duarte, coordenador de musculação da unidade Morumbi da Fórmula Academia, de São Paulo, sugere aos viajantes o uso de equipamentos públicos, que costumam estar disponíveis em parques e praias. "Por exemplo, as barras paralelas e as pranchas abdominais, que ficam no calçadão da praia em várias cidades de veraneio, são ótimas opções." A ausência desses equipamentos (ou da vontade de usá-los) não é desculpa para deixar de treinar. Além das atividades ao ar livre típicas do verão, é possível manter um treino neuromuscular em qualquer lugar -até em um quarto de hotel.
A Manobra de Valsalva durante o exercício de força
Sanny - Jornal / online - Fisiologia - 26/06/2007
Os profissionais de saúde ao prescreverem um exercício devem estar conscientes e informados dos efeitos fisiológicos na pressão arterial causado pelo desempenho dos exercícios de força durante a manobra de Valsalva. Essa situação geralmente ocorre em isometria ou num exercício intenso contra resistência quando um indivíduo exerce por um tempo prolongado e extenuante. Durante uma manobra de Valsalva a glote é fechada e a pressão intra-abdominal é aumentada pela contração do diafragma e músculos abdominais, havendo também um aumento da pressão intratorácica pela força de contração da musculatura respiratória. O resultado disto é a diminuição do fluxo sanguíneo venoso para o coração e imediatamente os baroreceptores localizados no seio paranasal carótido e o arco aórtico imediatamente identifica a diminuição no rendimento cardíaco e envia informação pela medula por intermédio do 9º e 10º nervos cranianos para o cérebro, inibindo a atividade parassimpática e promovendo a ação do sistema nervoso simpático. Como um mecanismo de sobrevivência, o cérebro exige um aumento do batimento cardíaco e da pressão sanguínea para manter adequado a perfusão (bombeamento de um líquido através de um órgão).
Para impedir que o indivíduo realize uma manobra de Valsalva, o profissional de saúde deve informá-lo sobre a participação da respiração e instruí-lo da técnica apropriada para a sua execução. Em um levantamento de peso repetitivo de baixa intensidade o indivíduo pode falar ou contar durante a execução deste para minimizar ou inibir a ação do bloqueio da respiração. No caso dos iniciantes freqüentemente é usada a respiração livre (inspirar e expirar durante o movimento). Isto nos leva a concluir que o princípio da biomecânica combinada com as fases respiratórias é a grande estratégia contra a manobra de Valsalva. Em indivíduos treinados a manobra de Valsalva é encorajada durante um curto espaço de tempo num esforço máximo, porém a mais indicada é a expiração forçada que deve ser utilizada quando possível. Essa manobra em indivíduos iniciantes não deve ser usada, mas caso seja utilizada o esforço máximo leva a uma alta pressão intra-abdominal que é considerada útil, pois diminui a carga de compressão no disco intervertebral e pode diminuir a incidência de lesões enquanto simultaneamente aumenta a capacidade de força, no entanto os indivíduos não devem inspirar ao máximo antes do levantamento sendo isto desnecessário pois, a pressão intratorácica é aumentada.
Nos indivíduos com problemas cardiovasculares (hipertensão, enfarto,etc.) deve ser evitada essa manobra, pois há um bloqueio respiratório, sofrendo o risco de haver um pico anormal pressório durante a manobra. Como a manobra no exercício intenso de força induz uma hipertensão arterial fisiológica, durante esses exercícios a pressão sistólica é freqüente exceder de 200mmHg dependendo da força e duração da manobra. Narloch e Brandstater descobriram a baixa média pressão arterial durante a execução do leg press bilateral quando os sujeitos lentamente expiraram na fase concêntrica do que, quando eles tem estado com a glote fechada(198/175 mmHg comparada 311/284 mmHg). Esse dados foram encontrados a partir de 85% a 100% 1RM. Idosos e indivíduos com recente cirurgia abdominal ou herniação da parede abdominal devem também ser monitorizado.
Podemos chegar a conclusão que o efeito da manobra de Valsalva na pressão sanguínea, pode ser evitada pela instrução da respiração adequada monitorizada por um profissional de saúde no trabalho de força, evitando assim, os picos anormais da pressão arterial.
Autor: Roberto Simões
Os profissionais de saúde ao prescreverem um exercício devem estar conscientes e informados dos efeitos fisiológicos na pressão arterial causado pelo desempenho dos exercícios de força durante a manobra de Valsalva. Essa situação geralmente ocorre em isometria ou num exercício intenso contra resistência quando um indivíduo exerce por um tempo prolongado e extenuante. Durante uma manobra de Valsalva a glote é fechada e a pressão intra-abdominal é aumentada pela contração do diafragma e músculos abdominais, havendo também um aumento da pressão intratorácica pela força de contração da musculatura respiratória. O resultado disto é a diminuição do fluxo sanguíneo venoso para o coração e imediatamente os baroreceptores localizados no seio paranasal carótido e o arco aórtico imediatamente identifica a diminuição no rendimento cardíaco e envia informação pela medula por intermédio do 9º e 10º nervos cranianos para o cérebro, inibindo a atividade parassimpática e promovendo a ação do sistema nervoso simpático. Como um mecanismo de sobrevivência, o cérebro exige um aumento do batimento cardíaco e da pressão sanguínea para manter adequado a perfusão (bombeamento de um líquido através de um órgão).
Para impedir que o indivíduo realize uma manobra de Valsalva, o profissional de saúde deve informá-lo sobre a participação da respiração e instruí-lo da técnica apropriada para a sua execução. Em um levantamento de peso repetitivo de baixa intensidade o indivíduo pode falar ou contar durante a execução deste para minimizar ou inibir a ação do bloqueio da respiração. No caso dos iniciantes freqüentemente é usada a respiração livre (inspirar e expirar durante o movimento). Isto nos leva a concluir que o princípio da biomecânica combinada com as fases respiratórias é a grande estratégia contra a manobra de Valsalva. Em indivíduos treinados a manobra de Valsalva é encorajada durante um curto espaço de tempo num esforço máximo, porém a mais indicada é a expiração forçada que deve ser utilizada quando possível. Essa manobra em indivíduos iniciantes não deve ser usada, mas caso seja utilizada o esforço máximo leva a uma alta pressão intra-abdominal que é considerada útil, pois diminui a carga de compressão no disco intervertebral e pode diminuir a incidência de lesões enquanto simultaneamente aumenta a capacidade de força, no entanto os indivíduos não devem inspirar ao máximo antes do levantamento sendo isto desnecessário pois, a pressão intratorácica é aumentada.
Nos indivíduos com problemas cardiovasculares (hipertensão, enfarto,etc.) deve ser evitada essa manobra, pois há um bloqueio respiratório, sofrendo o risco de haver um pico anormal pressório durante a manobra. Como a manobra no exercício intenso de força induz uma hipertensão arterial fisiológica, durante esses exercícios a pressão sistólica é freqüente exceder de 200mmHg dependendo da força e duração da manobra. Narloch e Brandstater descobriram a baixa média pressão arterial durante a execução do leg press bilateral quando os sujeitos lentamente expiraram na fase concêntrica do que, quando eles tem estado com a glote fechada(198/175 mmHg comparada 311/284 mmHg). Esse dados foram encontrados a partir de 85% a 100% 1RM. Idosos e indivíduos com recente cirurgia abdominal ou herniação da parede abdominal devem também ser monitorizado.
Podemos chegar a conclusão que o efeito da manobra de Valsalva na pressão sanguínea, pode ser evitada pela instrução da respiração adequada monitorizada por um profissional de saúde no trabalho de força, evitando assim, os picos anormais da pressão arterial.
Autor: Roberto Simões
A equação 220-IDADE vale ou não?
A equação 220-IDADE vale ou não? Notícias do corpo - apostilas / online - Atividade Física - 25/06/2007
A não validade da equação 220-IDADE
Qualquer atividade física, se praticada de modo regular promove uma melhora significativa na saúde das pessoas assim como a qualidade de vida. Essa é uma afirmação consensual. O que se discute entretanto, é a questão da intensidade do esforço ser baseada em "qual" Freqüência Cardíaca e "qual" equação seguir. McArdle entre outros fisiologistas, preconiza que essa intensidade deva ser de no mínimo 70% da Freqüência Cardíaca Máxima. Eis a questão. Qual é essa máxima?
Durante anos a fio, entre tantas equações, a mais difundida no meio dos profissionais de saúde e principalmente os de Educação Física, é a 220-idade. Eis o problema. Sem nenhum questionamento simplesmente porque, ela é recomendada até em livros de fisiologia e alguns sites na Internet sem nenhum controle sério.
Qualquer equação pode apresentar um erro estimativo, entretanto, de 2 a 5 batimentos pode ser desprezível para ser validada. A 220-idade, segundo Tanaka, 2000 apresenta um erro de 11 batimentos para mais ou para menos e nunca foi estabelecida uma amostra com um número considerável de pessoas. Claro, se estamos usando-a na prescrição de um exercício contínuo visando, seja lá qual for o objetivo, no mínimo estaremos subestimando a capacidade do indivíduo. Pior, se ao contrário, estivermos expondo-o a um risco desnecessário.
Por ser tão difundida, e algumas citações fazerem referências a Karvonem, os profissionais Robert A. Robergs e Roberto Landwehr (este um brasileiro) resolveram pesquisar a origem dessa equação e sua validação publicando o resultado desse trabalho no Journal of Exercise Physiology na edição de maio de 2002. Segundo os autores, o Dr. Karvonem, contactado em agosto de 2000 deixou claro que nunca havia publicado qualquer pesquisa sobre a origem dessa equação e a ele não pertencia. Sugeriu procurarem pelo Dr. Astrand que por sua vez, e para mais uma surpresa, não se declarava autor de nenhum trabalho derivado dessa equação embora não a desprezasse por ter, em conversas passadas apenas comentado ser um método conveniente.
Se formos procurar na literatura, existem atualmente muitas equações, cada uma proposta por diversos autores e destinadas a grupos específicos. Uma das primeiras, segundo pesquisa feita por Mateus Betanho Campanha apresentada na sua monografia de conclusão de curso de Educação Física da Unicamp 2003, data de 1938 publicada pela revista Arbeitsphysiology por Sid Robinson que é FCM=212-(0,77xIdade). A partir dela as outras foram surgindo até chegarem, à 220-Idade. Por conseguinte, Robergs (2002), cita não ter nenhum mérito científico principalmente porque ela não foi desenvolvida a partir de um estudo geral. Mas a grande maioria a usa. Foi o que constatou Vianna (2002) citado por Campana. Em sua pesquisa com alunos do curso de pós-graduação da Faculdade de Educação Física e desportos da Universidade de Juiz de Fora (UFJF), das 19 academias consultadas, 17 faziam uso, uma a Escala Subjetiva de Esforço de Borg e outra a Freqüência Cardíaca de reserva de Karvonem.
A FC nem sempre é o melhor parâmetro até mesmo no aluno saudável pois sabemos que ela pode sofrer variações diárias em função das diversas formas de estresse vivenciado pelo aluno. Da mesma forma, a FC passa a não valer como parâmetro de esforço em caso de alunos hipertensos fazendo uso de betabloqueador. Aí, a Escala de Borg, usada por apenas uma academia na pesquisa acima, é mais fidedigna, desde que o profissional saiba interpretá-la no rosto do aluno. Essa interpretação é muito mais importante para o profissional porque nem sempre o aluno fala a verdade. Ele pode estar cansado à beça e continuar a dizer estar bem só por vaidade. Além da expressão no rosto, olhos arregalados ou cabisbaixos, lábios esbranquiçados, rosto pálido ou muito avermelhado, descoordenação motora, encurtamento da passada no caso da esteira, existem alguns "macetes" que o profissional pode usar tais como perguntas obrigando respostas mais longas.
Pelo tamanho da resposta, respiração ofegante, dificuldade ou facilidade de responder, já se tem uma idéia da intensidade do esforço. Pode ser mais fiel do que a equação 220-Idade. Quem a usa pode estar fazendo por comodismo e não por dados científicos, além de não fazer sentido a mesma equação para qualquer modalidade.
A não validade da equação 220-IDADE
Qualquer atividade física, se praticada de modo regular promove uma melhora significativa na saúde das pessoas assim como a qualidade de vida. Essa é uma afirmação consensual. O que se discute entretanto, é a questão da intensidade do esforço ser baseada em "qual" Freqüência Cardíaca e "qual" equação seguir. McArdle entre outros fisiologistas, preconiza que essa intensidade deva ser de no mínimo 70% da Freqüência Cardíaca Máxima. Eis a questão. Qual é essa máxima?
Durante anos a fio, entre tantas equações, a mais difundida no meio dos profissionais de saúde e principalmente os de Educação Física, é a 220-idade. Eis o problema. Sem nenhum questionamento simplesmente porque, ela é recomendada até em livros de fisiologia e alguns sites na Internet sem nenhum controle sério.
Qualquer equação pode apresentar um erro estimativo, entretanto, de 2 a 5 batimentos pode ser desprezível para ser validada. A 220-idade, segundo Tanaka, 2000 apresenta um erro de 11 batimentos para mais ou para menos e nunca foi estabelecida uma amostra com um número considerável de pessoas. Claro, se estamos usando-a na prescrição de um exercício contínuo visando, seja lá qual for o objetivo, no mínimo estaremos subestimando a capacidade do indivíduo. Pior, se ao contrário, estivermos expondo-o a um risco desnecessário.
Por ser tão difundida, e algumas citações fazerem referências a Karvonem, os profissionais Robert A. Robergs e Roberto Landwehr (este um brasileiro) resolveram pesquisar a origem dessa equação e sua validação publicando o resultado desse trabalho no Journal of Exercise Physiology na edição de maio de 2002. Segundo os autores, o Dr. Karvonem, contactado em agosto de 2000 deixou claro que nunca havia publicado qualquer pesquisa sobre a origem dessa equação e a ele não pertencia. Sugeriu procurarem pelo Dr. Astrand que por sua vez, e para mais uma surpresa, não se declarava autor de nenhum trabalho derivado dessa equação embora não a desprezasse por ter, em conversas passadas apenas comentado ser um método conveniente.
Se formos procurar na literatura, existem atualmente muitas equações, cada uma proposta por diversos autores e destinadas a grupos específicos. Uma das primeiras, segundo pesquisa feita por Mateus Betanho Campanha apresentada na sua monografia de conclusão de curso de Educação Física da Unicamp 2003, data de 1938 publicada pela revista Arbeitsphysiology por Sid Robinson que é FCM=212-(0,77xIdade). A partir dela as outras foram surgindo até chegarem, à 220-Idade. Por conseguinte, Robergs (2002), cita não ter nenhum mérito científico principalmente porque ela não foi desenvolvida a partir de um estudo geral. Mas a grande maioria a usa. Foi o que constatou Vianna (2002) citado por Campana. Em sua pesquisa com alunos do curso de pós-graduação da Faculdade de Educação Física e desportos da Universidade de Juiz de Fora (UFJF), das 19 academias consultadas, 17 faziam uso, uma a Escala Subjetiva de Esforço de Borg e outra a Freqüência Cardíaca de reserva de Karvonem.
A FC nem sempre é o melhor parâmetro até mesmo no aluno saudável pois sabemos que ela pode sofrer variações diárias em função das diversas formas de estresse vivenciado pelo aluno. Da mesma forma, a FC passa a não valer como parâmetro de esforço em caso de alunos hipertensos fazendo uso de betabloqueador. Aí, a Escala de Borg, usada por apenas uma academia na pesquisa acima, é mais fidedigna, desde que o profissional saiba interpretá-la no rosto do aluno. Essa interpretação é muito mais importante para o profissional porque nem sempre o aluno fala a verdade. Ele pode estar cansado à beça e continuar a dizer estar bem só por vaidade. Além da expressão no rosto, olhos arregalados ou cabisbaixos, lábios esbranquiçados, rosto pálido ou muito avermelhado, descoordenação motora, encurtamento da passada no caso da esteira, existem alguns "macetes" que o profissional pode usar tais como perguntas obrigando respostas mais longas.
Pelo tamanho da resposta, respiração ofegante, dificuldade ou facilidade de responder, já se tem uma idéia da intensidade do esforço. Pode ser mais fiel do que a equação 220-Idade. Quem a usa pode estar fazendo por comodismo e não por dados científicos, além de não fazer sentido a mesma equação para qualquer modalidade.
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